quarta-feira, dezembro 20, 2006

Inefável

Cruz e Sousa

Nada há que me domine e que me vença
Quando a minh’alma mudamente acorda...
Ela rebenta em flor, ela transborda
Nos alvoroços da emoção imensa.

Sou como um Réu de celestial Sentença,
Condenado do Amor, que se recorda
Do amor e sempre no Silêncio borda
D’estrelas todo o céu em que erra e pensa.

Claros, meus olhos tornam-se mais claros
E tudo vejo dos encantos raros
E de outras mais serenas madrugadas!

Todas as vozes que procuro e chamo
Ouço-as dentro de mim, porque eu as amo
Na minh’alma volteando arrebatadas!


João da Cruz e Sousa nasceu em Desterro, atual Florianópolis. Filho de escravos alforriados pelo Marechal Guilherme Xavier de Sousa, seria acolhido pelo Marechal e sua esposa como o filho que não tinham.
Foi educado na melhor escola secundária da região, mas com a morte dos protetores foi obrigado a largar os estudos e trabalhar.
Sofre uma série de perseguições raciais, culminando com a proibição de assumir o cargo de promotor público em Laguna, por ser negro.
Em 1890 vai para o Rio de Janeiro, onde entra em contato com a poesia simbolista francesa e seus admiradores cariocas. Colabora em alguns jornais e, mesmo já bastante conhecido após a publicação de Missal e Broquéis (1893), só consegue arrumar um emprego miserável na Estrada de Ferro Central.
Casa-se com Gavita, também negra, com quem tem quatro filhos, dois dos quais vêm a falecer. Sua mulher enlouquece e passa vários períodos em hospitais psiquiátricos.
O poeta contrai tuberculose e vai para a cidade mineira de Sítio se tratar. Morre aos 36 anos de idade, vítima da tuberculose, da pobreza e, principalmente, do racismo e da incompreensão.

http://www.cruzesousa.com.br/

segunda-feira, dezembro 18, 2006


BABY LOOK XXXI ENEA

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sexta-feira, dezembro 15, 2006


Cantiga do Boi-de-mamão

Vamos moreninha
Vamos até lá
Vamos lá na vila
Só pra ver meu boi brincar
Ai, ai, ai moreninha meu amor
Ai, ai, ai meu boizinho é dançador
Eu caio, eu caio na boca da noite
Sereno eu caio
A folha do limoeiro
Tem cheiro de limão
Morena me da um beijo
Que eu te dou meu coração

quinta-feira, dezembro 07, 2006

ENEA Meiembipe

Na Ilha de Santa Catarina, verifica-se presença humana há 5 mil anos, com inicial ocupação nos sambaquis*. Os Itararés, segundo grupo a ocupar a ilha, data do séc. X iniciou a prática da agricultura. Os carijós, no séc. XIV foi o grupo que densamente habitou a ilha, nomeando-a de Meiembipe, que significa porção de terra após o grande rio.
*Sambaquis: sítios arqueológicos formados por montes de conchas.


ENEA Nossa Senhora de Desterro

Ponto estratégico para a movimentação de navios para o Pacífico e o Prata, teve sua primeira tentativa de colonização em 1673, por Francisco Dias Velho, quando fundou o povoado de Nossa Senhora de Desterro.
Foi elevada à Vila em 23 de março de 1726, com a eleição da 1ª Câmara Municipal, em seguida tornou-se sede da Capitania de Santa Catarina quando recebeu o primeiro governador, que iniciou construções como a Igreja Matriz, Casa do Governador, 4 fortalezas.
A Coroa Portuguesa, para maior colonização da Ilha, iniciou processo da vinda de famílias açorianas e madeirenses, pois até o final do séc. XVIII, a Ilha serviu para atender as necessidades estratégicas e administrativas de Portugal.


ENEA Ilha das Bruxas

A predominância do açoriano sobre os demais elementos componentes da formação cultural de Florianópolis, como de resto em todo o litoral de Santa Catarina, determinou a acentuada influência açoriana nas manifestações folclóricas da Ilha de Santa Catarina.Excluídas as danças, cantigas e brincadeiras trazidas pelos imigrantes vindos de Açores, verificam-se tênues traços de influência espanhola, muito raros, em virtude do restrito período de tempo sob a ocupação castelhana.Dentre as manifestações folclóricas mais praticadas pelo florianopolitano, destacam-se as chamadas "Brincadeiras de Boi", que demonstram o caráter eminentemente rural do açoriano aqui aportado, que, ao contrário do que se poderia imaginar, liga-se sob este aspecto mais à terra do que ao mar.


ENEA Floriano Polis

Com a Proclamação da República, os revoltosos do Governo federalista Catarinense declararam Desterro capital do Estado separado da União enquanto Floriano Peixoto se achasse no exercício da presidência da República.
A chegada da força militar republicana interferiu nos planos dos federalistas, levando quase 200 pessoas ao fuzilamento na Ilha de Anhatomirim.
Desterro recebeu o nome de Florianópolis sancionada pelo governador Hercílio Pedro da Luz em 10 de outubro de 1894.

http://www.guiafloripa.com.br/cultura/folclore.php3

Cecca. Uma Cidade numa ilha. 2. ed. Florianopolis: Insular, 1997